sábado, 4 de setembro de 2010

Horta escolar muda hábitos e melhora aprendizado.

Com mudanças de hábitos alimentares, estudantes de três municípios que participaram do projeto-piloto sobre hortas escolares estão aprendendo mais e os índices de anemia e de obesidade caíram, comparados aos de anos anteriores. Os resultados foram expostos está semana, em Brasília, no Encontro Nacional Educando com a Horta Escolar promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC).

Os relatos são de coordenadores e professores que trabalharam diretamente no projeto nos municípios de Santo Antônio do Descoberto (GO), Saubara (BA) e Bagé (RS). Participaram do encontro, técnicos do FNDE e das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
O professor Railson Ribeiro, da Escola Municipal Rural A Caminho da Luz, de Santo Antônio do Descoberto, disse que o melhor desse projeto é o envolvimento dos alunos. “O benefício da horta se reflete no aprendizado.” Segundo ele, os pais procuram a escola para falar sobre mudanças de hábitos das crianças e os testes para avaliar a anemia nos alunos revelaram que eles estão muito bem depois que passaram a se alimentar com produtos da horta.
Em Saubara, a história se repete e o entusiasmo também, diz a coordenadora Teresa Cristina, que observou a mudança de postura do professor ao reconhecer a horta como espaço pedagógico útil para o aprendizado.
Em Bagé, a professora Olga Maria Simões, secretária municipal de educação e coordenadora do projeto Hortas, disse que o professor tem liberdade para escolher quando levar os alunos à horta e que, constantemente, ouve relatos positivos dos pais. “Eles dizem que melhorou em tudo, que têm observado que as crianças estão mais engajadas, mais interessadas e mais exigentes.” Olga Simões explicou que no Rio Grande do Sul dois problemas de saúde são comuns entre os alunos: a obesidade e a anemia. Hoje, com o cultivo de legumes e hortaliças esse quadro mudou nas 60 escolas do projeto.
O resgate ao cultivo da terra, a reflexão sobre a importância do consumo de alimentos sem agrotóxicos e a interação entre professor, aluno, funcionário e comunidade também foram considerados pontos positivos pelos três municípios envolvidos no projeto-piloto, que teve duração de dois anos.  O Projeto Horta Escolar — eixo gerador de dinâmicas comunitárias, educação ambiental e alimentação saudável e sustentável — é resultado de acordo assinado em maio de 2005 entre o FNDE e a FAO.
Como funciona — A FAO dispõe na internet todas as informações do projeto. No sítio www.educandocomahorta.org.br o projeto é detalhado e traz três publicações criadas para orientar os municípios, disponíveis para download. Na avaliação da FAO, o projeto justifica-se pelo fato de no Brasil a fome, a desnutrição, as deficiências de micronutrientes e as enfermidades serem resultantes de alimentação excessiva ou inadequada. A partir dos anos 80 (do século 20), doenças como diabetes, hipertensão arterial e obesidade alcançaram o patamar de 240%, agravando, juntamente com os males oriundos da subnutrição, a situação da saúde pública do país.
Fonte: mec

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